Regras estão valendo para
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Pecuaristas têm dificuldade de se adequarem às exigências.
Do Globo
Rural
A criadora Elza Silva tem uma
propriedade em Viçosa
e conta com 21 vacas em lactação. Segundo ela, os remédios e insumos agrícolas
são caros e o preço pago pelo litro do leite, R$ 0,85, no mês passado, são
entraves para novos investimentos, como a compra de tanque de resfriamento.
Agora, ela está ainda mais preocupada.
A instrução normativa do Ministério da
Agricultura, que define as exigências mínimas de qualidade do leite,
passou por uma atualização, que entrou em vigor no início do ano. Com a
atualização, os índices de contagem bacteriana total e de contagem de células
somáticas, que podiam chegar a 750 mil unidades por mililitro, passam a ter
como limites 600 mil unidades por ml para os produtores do Sul, Sudeste e
Centro-Oeste do país.
Para ajudar criadores em
dificuldade como Elza, foi criada uma parceria de empresas da iniciativa
privada, Sebrae e Universidade Federal de Viçosa. Uma equipe formada por
zootecnistas, veterinários, um agrônomo e estudantes, auxilia o pecuarista a
ter um leite com índices próximos aos exigidos pela Instrução 62.
Caso não apresente nenhum
problema, todo o leite ordenhado é levado para um tanque de expansão com
capacidade para até 10 mil litros. Marcus Vinícius é veterinário e explica que
as vantagens do armazenamento do leite no tanque é que ele é mantido na mesma
condição que sai da vaca, no mesmo padrão de qualidade. A temperatura ideal é
que após duas horas de ordenha, o leite chegue a 4ºC, o que impede que as
bactérias se multipliquem.
Antônio Araújo e outros 49
produtores têm o acompanhamento do Programa de Desenvolvimento da Pecuária
Leiteira da região de Viçosa. Há seis meses, o criador mudou a forma de
tratamento das 150 vacas da raça holandesa, investiu em tanques de
resfriamento, higienização das máquinas e passou a limpar as tetas das vacas
com produtos à base de cloro e de iodo, antes e depois da ordenha mecanizada.
As ações para melhorar a qualidade do produto já dão resultado. “Tivemos uma
melhora grande na qualidade do leite e na produtividade. Antes tínhamos perdas
em torno de 10% e hoje estamos perdendo 6%, ou seja, ganhamos 4%, o que
representa um número expressivo”.
As regiões Nordeste e Norte
passam a cumprir as novas exigências a partir de janeiro do ano que vem.
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